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terça-feira, 8 de junho de 2010

MACHISMO ACABOU COM A MULHER BRASILEIRA

A DANÇARINA RENATA FRISSON, A "MULHER MELÃO", SIMBOLIZA A DECADÊNCIA QUE O MACHISMO IMPÔS À MULHER BRASILEIRA.

O machismo fez estragos sérios na mulher brasileira. E não apenas nos crimes passionais. Apoiado em todo um sistema de valores veiculados durante a ditadura militar, o machismo brasileiro, mesmo tolerando aparentemente a liberdade feminina, conseguiu determinar papéis subordinados a boa parte das mulheres brasileiras, sobretudo as de classe média baixa ou ligadas a classes populares ou grupos conservadores. E, pior, elas já sentem a situação de abandono em que se encontram.

São mulheres que vendem o corpo para a mídia, como as "boazudas" dançarinas de "funk carioca" (as tais "mulheres-frutas"), as ex-dançarinas de pagode ou as boazudas que integraram reality shows coo o Big Brasil.
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Ou então são mulheres-coitadas de beleza medíocre e geralmente sem forma física, antigas donas-de-casa largadas por maridos ou namorados que se amarram na pieguice brega-romântica dos discos de Fábio Jr., Wando ou das duplas breganejas ou cantores e grupos de sambrega e forró-brega (ou forró-calcinha).

Além delas, há fanáticas de todo tipo, como as religiosas e as "boleiras" (aspirantes fracassadas a marias-chuteiras).
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Todas elas, submissas a concepções machistas dos papéis sociais reservados à mulher, e integrando grandes contingentes de "solteiras" no país, conforme se pesquisa tanto no Orkut quanto em sites sobre celebridades, ou mesmo nas pesquisas pelas ruas. Todas sentindo o abandono sofrido por conta de suas personalidades superficiais, embora várias delas, desesperadas, apelem para a desculpa clichê do "preconceito" para dizer por que estão sozinhas.
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Mas elas tornaram-se antiquadas dentro de uma sociedade em transformação. Mesmo dissimulando a condição determinada pelo machismo com profissões fora de casa ou mesmo com alguma emancipação, elas mantém valores e princípios que o machismo reserva à mulher.

As boazudas, por exemplo, simbolizam o "recreio sexual" dos machistas, o entretenimento "sensual" dos homens grotescos. O brutal erotismo onde o culto ao corpo é o único sentido considerado.

As marias-coitadas simbolizam as mulheres que outrora eram condenadas à vida doméstica, ao comportamento infantilizado das mulheres domesticadas pela tirania machista, às tarefas do lar, ao acanhado entretenimento do sentimentalismo piegas.
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As fanáticas, por sua vez, no que diz à religião, condiz ao parágrafo anterior, quando o machismo só permitia às mulheres saírem de suas casas para irem à missa, e mesmo assim na companhia de amigas. No que diz ao esporte, corresponde, muitas vezes, à reação de pais machistas que, desejando ter filhos homens, acabam gerando filhas, e por isso, até por questão de desabafo, esses homens acabam levando suas filhas para os estádios.
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Nota-se essa herança da ideologia machista seja nas moças que vão assistir a um evento de forró-brega, seja nas moças que ainda choram quando veem um ídolo brega na televisão, seja nas boazudas que, complexadas com a imagem de "objetos sexuais", tentam dar a impressão de que podem viver sozinhas, num claro comportamento infantil respaldado, por trás dos panos, pela assistência de mães e irmãos dessas boazudas. Essas boazudas afirmam querer "caras legais" para namorar ou casar, mas isso também é consequência do complexo da "prostituição midiática" a que sucumbiram.
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Enfim, são mulheres que a maior parte dos homens acha difícil conviver por muito tempo. Mulheres que se dizem "sem preconceitos", que procuram "caras legais", mas que elas mesmas foram educadas pelo preconceito da sociedade brega, machista e conservadora. E que as demais mulheres julgam como chatas, ultrapassadas, passivas e alienadas. São mulheres que sucumbiram a valores antiquados, estereotipados, piegas, conservadores, e por isso mesmo deixam de ser vistas como interessantes. São mulheres que dizem não se submeterem a homem algum, mas se submeteram a uma meia-dúzia de executivos da mídia que, desde os anos de chumbo, impuseram uma série de papéis subordinados para as mulheres seguirem mesmo depois da emancipação profissional e financeira.

Essas mulheres são as grandes vítimas do machismo brasileiro.