A DANÇARINA RENATA FRISSON, A "MULHER MELÃO", SIMBOLIZA A DECADÊNCIA QUE O MACHISMO IMPÔS À MULHER BRASILEIRA.
O machismo fez estragos sérios na mulher brasileira. E não apenas nos crimes passionais. Apoiado em todo um sistema de valores veiculados durante a ditadura militar, o machismo brasileiro, mesmo tolerando aparentemente a liberdade feminina, conseguiu determinar papéis subordinados a boa parte das mulheres brasileiras, sobretudo as de classe média baixa ou ligadas a classes populares ou grupos conservadores. E, pior, elas já sentem a situação de abandono em que se encontram.
São mulheres que vendem o corpo para a mídia, como as "boazudas" dançarinas de "funk carioca" (as tais "mulheres-frutas"), as ex-dançarinas de pagode ou as boazudas que integraram reality shows coo o Big Brasil.

Além delas, há fanáticas de todo tipo, como as religiosas e as "boleiras" (aspirantes fracassadas a marias-chuteiras).

Todas elas, submissas a concepções machistas dos papéis sociais reservados à mulher, e integrando grandes contingentes de "solteiras" no país, conforme se pesquisa tanto no Orkut quanto em sites sobre celebridades, ou mesmo nas pesquisas pelas ruas. Todas sentindo o abandono sofrido por conta de suas personalidades superficiais, embora várias delas, desesperadas, apelem para a desculpa clichê do "preconceito" para dizer por que estão sozinhas.

As boazudas, por exemplo, simbolizam o "recreio sexual" dos machistas, o entretenimento "sensual" dos homens grotescos. O brutal erotismo onde o culto ao corpo é o único sentido considerado.

As marias-coitadas simbolizam as mulheres que outrora eram condenadas à vida doméstica, ao comportamento infantilizado das mulheres domesticadas pela tirania machista, às tarefas do lar, ao acanhado entretenimento do sentimentalismo piegas.


Nota-se essa herança da ideologia machista seja nas moças que vão assistir a um evento de forró-brega, seja nas moças que ainda choram quando veem um ídolo brega na televisão, seja nas boazudas que, complexadas com a imagem de "objetos sexuais", tentam dar a impressão de que podem viver sozinhas, num claro comportamento infantil respaldado, por trás dos panos, pela assistência de mães e irmãos dessas boazudas. Essas boazudas afirmam querer "caras legais" para namorar ou casar, mas isso também é consequência do complexo da "prostituição midiática" a que sucumbiram.

Essas mulheres são as grandes vítimas do machismo brasileiro.